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Vertical: a modalidade que faz os patins voar

Actualizado: hace 5 días

Patinar é um daqueles passatempos que fogem do comum. A cada deslize, técnica, adrenalina e diversão se misturam num combo viciante. Mas e quando a pista ganha paredes e o chão simplesmente vira céu? É aí que entra a modalidade vertical.


Ela acontece em rampas gigantes chamadas de half pipe, com laterais inclinadas e uma parte final totalmente vertical. É nesse cenário que patinadores se lançam em manobras aéreas, desafiando não só a gravidade, mas também os próprios limites.



Considerada uma das práticas mais radicais da patinação, a vertical exige equilíbrio, coordenação, coragem e um bom preparo técnico. E claro, equipamentos de proteção como capacete, joelheiras, munhequeiras e cotoveleiras são indispensáveis, já que os tombos aqui acontecem em outro nível.


Neste artigo, te conto como essa modalidade surgiu nos patins, como ela evoluiu e quais movimentos são os mais comuns dentro desse universo. No QUAD Madness Lab, compartilhar esse tipo de conteúdo faz parte da missão. Porque patinar não é só lazer. Pode ser treino, expressão, desafio e também profissão.


Vem comigo descobrir sobre essa prática insana. Porque sim, o patins também domina o half pipe. Sendo assim, a seguir, falarei sobre:


  1. Como surgiu a patinação vertical

  2. O que diferencia a patinação vertical de outras modalidades

  3. Qual o tipo de patins mais usado na vertical

  4. Dicas para começar na vertical com segurança


Como surgiu a patinação vertical?


A modalidade vertical nos patins começou a se consolidar no final dos anos 1980 e início dos anos 1990, como um desdobramento do patins agressivo. Ela foi diretamente influenciada por esportes como o skate e o BMX, que já dominavam as rampas nas competições e nas ruas.


Mas antes disso, nos anos 1970, os primeiros patinadores já se aventuravam em bowls e rampas com patins QUAD. O inline sequer existia. Isso mostra que o QUAD sempre teve seu lugar na história da patinação radical.


Ao pesquisar sobre a modalidade, é comum encontrar referências ao vert skating, termo também usado para o skate vertical. No caso dos patins, as rampas são compartilhadas com os skatistas, o que faz com que os estilos, técnicas e até o design dos equipamentos se influenciem mutuamente.


O que diferencia a patinação vertical de outras modalidades?


A principal característica da vertical é a busca por altura e ar. O patinador precisa ganhar impulso deslizando de um lado ao outro da rampa, acumulando velocidade até sair do coping e lançar suas manobras aéreas.


O objetivo é executar essas manobras com controle, estilo e agilidade, aproveitando o voo para realizar giros, grabs e flips antes de pousar com precisão na transição. Quanto maior a altura, maiores as possibilidades de combinação de movimentos. E maior também o desafio.


Diferente do street, que se baseia em obstáculos urbanos e técnica no chão, ou do bowl, que privilegia fluidez e linhas criativas, a vertical exige explosão, tempo de ar e leitura rápida da rampa. É uma modalidade em que o erro pesa, mas o acerto recompensa com um espetáculo visual poderoso.


Vertical com patins QUAD? É possível sim, e a gente prova


A vertical também é uma das estrelas do X Games, que ajudou a projetar mundialmente o patins agressivo nos anos 1990 e 2000, com atletas lendários e manobras que marcaram época. Um dos nomes mais icônicos foi o da brasileira Fabiola da Silva, que brilhou no inline com títulos e manobras impressionantes, quebrando barreiras de gênero e conquistando reconhecimento internacional.


Embora o inline tenha dominado os holofotes por muito tempo, o QUAD também está presente. Patinadores de QUAD vêm conquistando espaço no half pipe, explorando manobras clássicas e criando variações únicas, aproveitando a mobilidade lateral e a leveza de movimentos que só o QUAD proporciona.


O que acontece hoje não é que patinadores de QUAD finalmente chegaram à vertical. Eles sempre estiveram lá. Desde nomes lendários como Kangxiaogaofeng, no Japão, que continua ativo, até figuras como Rogério, em Belo Horizonte-Brasil, que deslizava nas grandes rampas brasileiras com seus QUADs. A diferença é que agora essa presença está ressurgindo, ganhando força e visibilidade pelo mundo inteiro.


Um marco recente foi a primeira demonstração oficial de patinação QUAD nos X Games, em 2024, na etapa de Ventura, Califórnia. A apresentação contou com a participação de Jammalyn Flower e outros patinadores de QUAD na vertical, mostrando ao mundo que as oito rodas continuam desafiando os limites com criatividade e coragem.


No Brasil, entre os nomes que vêm representando a vertical em QUAD hoje, se destacam Heros e Davi Rates. Com estilo e coragem, eles encaram as grandes rampas e mostram que o QUAD tem potência para ir longe e alto.


Na Espanha, a modalidade também ganha força com eventos como o Campeonato Autonômico de Vertical da Comunidade Valenciana. O evento reúne diferentes categorias, incluindo a de QUAD, promovendo a diversidade e o crescimento do esporte. A patinadora Bomba H se destacou entre os participantes, reforçando o espaço que os QUADs estão reconquistando nas grandes rampas.

Muita gente ainda torce o nariz quando vê um par de QUAD subindo as paredes da rampa. Mas a verdade é que o QUAD vert existe, funciona e tem crescido.


Com os ajustes certos no equipamento e um bom treino de pump e controle, é totalmente possível dropar, voar e fazer grinds em uma rampa vertical usando o tipo de patins..


É diferente? Sim. Mais desafiador? Talvez. Mas é justamente isso que torna a prática tão empolgante. E tudo depende também do equipamento com que o patinador tem mais costume e domínio. Eu, por exemplo, acho muito difícil fazer de inline, porque sinto falta da mobilidade de giro que o QUAD me dá.


No QUAD Madness Lab, a gente acredita que o QUAD pode ir onde quiser. A vertical é só mais um espaço que cabe, literalmente, nas nossas rodas.


Qual o tipo de patins mais usado na vertical?


Hoje em dia, é mais comum ver o patins inline na vertical. Por hábito e referência, muitas pessoas acabam começando por ele. E quando falamos da América Latina, a maior disponibilidade de equipamentos adequados e de qualidade também facilita o uso do inline em modalidades como a vertical. Mas a verdade é que tanto o inline quanto o QUAD podem ser usados.


Por ser uma modalidade que exige alta velocidade, estabilidade e resistência a impactos, os patinadores geralmente utilizam setups específicos para a modalidade. No entanto, esses ajustes variam bastante dependendo do tipo de patins, seja inline ou QUAD.


Para patins inline:


  • Bota rígida: normalmente feita em plástico ou carbono, oferece firmeza no tornozelo, suporte para os impactos e maior controle durante as manobras aéreas.


  • Rodas pequenas a médias: variam entre 55 mm e 62 mm. Rodas menores aceleram mais rápido e mantêm o centro de gravidade mais baixo, o que facilita o controle no ar.


  • Dureza intermediária a alta: em geral, usa-se rodas entre 85A e 90A, especialmente quando a pista é de madeira ou cimento liso. Essa dureza equilibra grip e velocidade, evitando escorregões no push, mas sem travar o rolê.


  • Anti-rocker ou flat: muitos setups usam configuração anti-rocker, com duas rodas centrais maiores (que tocam o chão) e duas laterais menores (apenas para proteção e grind), o que facilita deslizes no coping. Outros preferem setup flat (todas as quatro rodas iguais), que dão mais estabilidade e fluidez.


  • Base de alumínio reforçado: mais resistente que bases de plástico, ajuda a absorver o impacto e evita torções durante a aterrissagem.


  • H-block (groove central): a maioria dos patins agressivos já vem com H-block integrado na base ou grind plates centrais, projetados para deslizar no coping com segurança e estabilidade.


  • Rolamentos ajustados: embora rolamentos rápidos (ABEC 7, 9 ou ILQ) sejam comuns, alguns atletas preferem rolamentos com um pouco mais de resistência no início para ajudar no controle. A escolha depende do estilo pessoal e da pista.


Para patins quad:


  • Bota rígida ou semi-rígida: modelos com boa fixação no tornozelo ajudam a proteger contra torções e proporcionam mais controle nas manobras.


    • Bota sem salto (flat) oferece uma base mais estável e facilita a distribuição do peso, ideal para manobras mais técnicas.

    • Bota com salto também pode ser usada e oferece mais amortecimento, além de favorecer certos estilos de patinação. A escolha depende da preferência e do conforto de cada pessoa.


  • Plates de alumínio ou de nylon reforçado:


    • Os de alumínio são mais resistentes ao impacto e duráveis, ideais para drops mais agressivos.

    • Os de nylon reforçado são mais leves e absorvem melhor as vibrações, o que pode ajudar quem está começando. Ambos funcionam bem, desde que tenham boa resposta e compatibilidade com grind blocks.


  • Trucks ajustados e com largura adequada: Trucks firmes são essenciais para estabilidade na rampa. Modelos com largura entre 6 cm e 8 cm são os mais usados na vertical, pois oferecem mais estabilidade lateral e facilitam os slides e grinds.


  • Grind blocks entre os trucks: adaptadores específicos posicionados entre os trucks ajudam a deslizar no coping com mais segurança e controle. Eles ampliam a área de contato e evitam que partes sensíveis do plate batam na borda.


  • Rodas pequenas, duras e resistentes: o ideal são rodas entre 55 mm e 60 mm, com dureza entre 85A e 100A, dependendo da pista e do estilo. 


    Rodas mais macias (85A a 90A) garantem mais aderência e controle, principalmente em pistas escorregadias ou de madeira.


    Rodas mais duras (90A a 100A) ajudam a manter a velocidade e facilitam manobras como grinds e aéreos, especialmente para setups mais pesados.


  • Toe stop ajustado ou removido: muitos preferem remover o toe stop ou usar um modelo curto, para evitar que ele encoste no coping durante os grinds. Mas o toe stop também pode ser mantido, já que permite realizar algumas manobras e dar impulso ao sair da base. Vai depender da preferência técnica e do tipo de manobra praticada.


  • Rolamentos de qualidade: usa-se rolamentos resistentes como ABEC 5, 7 ou ILQ, que oferecem bom desempenho sem exagerar na velocidade. O ideal é ter controle estável em vez de rotação excessiva.


Cada patinador adapta o setup com base no seu estilo, corpo e referências. E na vertical, isso faz toda a diferença.


Dicas para começar na vertical com segurança


A rampa vertical impõe respeito. É alta, rápida e exige preparo. Mas antes de pensar em dropar, é preciso aprender a subir, entender o movimento da rampa e construir uma base sólida. Não adianta pular etapas. Na vertical, cada fase prepara o corpo e a mente para a próxima.


Se você está começando ou pensando em se jogar nessa modalidade, aqui vão passos importantes para evoluir com segurança e constância:


Antes de descer, aprenda a subir


Subir a rampa com controle é o primeiro passo. É nessa subida que você desenvolve o pump, o movimento de impulsão que dá ritmo, velocidade e equilíbrio. Sem isso, não tem voo, não tem giro, não tem estilo.


Domine os quartes e miniramps


Andar bem em rampas menores ajuda a entender a transição e treinar curvas, retornos e leitura de rampa. Isso te dá confiança e base para o que vem depois.


Aprenda a cair de forma segura


Cair faz parte. Só que cair bem faz toda a diferença. Treine como se soltar, rolar, deslizar e proteger seu corpo para evitar lesões e continuar evoluindo.


Use equipamentos de proteção sempre


Capacete, Joelheiras, cotoveleiras, munhequeiras, até protetor de quadril são importantes. Na vertical, a proteção é aliada da sua liberdade de testar e errar sem medo.


Treine o drop-in com alguém experiente por perto


O drop é o momento mais desafiador. Por isso, só tente quando tiver segurança nos passos anteriores. Um bom termômetro é observar se, com seu pump, você já consegue atingir o coping. Isso indica que seu corpo está pronto para sustentar o impulso de um drop mais alto. 


Não é uma regra, mas ajuda a garantir que o primeiro drop seja mais firme e seguro. E sempre que possível, tenha alguém do lado para te orientar, dar dicas ou simplesmente te dar aquele empurrãozinho de coragem.


Respeite seu tempo e celebre cada avanço


A vertical não perdoa pressa, mas recompensa quem insiste. Cada pump bem feito, cada retorno controlado e cada tentativa de drop já é uma vitória. Vá no seu tempo e comemore cada passo.


Quer explorar mais modalidades de patins?


Neste artigo, te mostrei como funciona a patinação vertical, seja com inline ou com QUAD. Uma modalidade cheia de adrenalina, técnica e atitude.


E se você achou esse conteúdo útil, saiba que ainda tem muito mais para descobrir. No blog da QUAD Madness, você encontra uma verdadeira biblioteca sobre patins QUAD, com guias, curiosidades, equipamentos e muito mais.


Vem explorar esse rolê! Porque sim, o caos também pode subir pelas paredes.


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